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Ensino médio

- Eu, você, sexo, uma ideia no momento, mas no futuro uma realidade. - Eu disse de forma galanteadora.

Pietra então, virou para mim e começou a falar com aquela linda voz angelical. Ela falava como se estivesse conversando com seu filho, e isso me deixa me sentindo seguro e reconfortado toda vez que dialogo com Pietra. Sem contar que ela também fala as coisas para mim de forma tão simples sem palavras grandes e complicadas:

- Ownnnnt, oii... Ivo... tudo... bem? - Ela me cumprimentou, lentamente e pronunciando todas as sílabas.

Acho que meu coração deve ter parado por um instante, porque a última coisa que me lembro é ter acabado de responder Pietra, e agora eu estava jogado no chão sem me lembrar de nada. Foi aí que me toquei, eu devo ter desmaiado uma terceira vez. Que bobo! Olhei para meu relógio de herança de meus avôs que fugiram da europa depois da Revolução Francesa e já eram 14:00, próximo ao horário de término das aulas.

- Talvez seja melhor eu começar a ir andando para casa logo. - Eu falei sozinho em voz alta.

Decidi então voltar para casa, já que não havia mais nada para fazer aqui de útil. Me virei para a direção do refeitório e comecei a andar, para cortar caminho pelo campo de futebol americano. Nossa, esse dia passou tão rápido, é como se eu tivesse chegado no colégio 1 hora atrás ou algo do tipo!

Eu estava cuidando da minha própria vida, quando de repende escuto uma voz vindo de trás de mim debaixo das arquibancadas:

- Oiiiiiii caaaraaaa. - Ele disse, estranhamente calmo e relaxado.

Ah, eram apenas os maconheiros da escola, apreciadores da Mary Jane, Carlos, Benjamin e Vanessa. Eles me amavam imensamente por alguma razão, uma vez eles me falaram que me achavam fascinante e que queriam fazer um documentário sobre como minha vida era, Mas eu sabia como deveria lidar com essa situação:

- Eiiii, manooo, a gente tava apenas fumando uma ervaaaa. Querrrr se juntar a nósss? - Carlos perguntou extremamente rápido.

Eu nunca encostaria em Marijuana nem se Deus me obrigasse, eu iria para o inferno antes disso. Pessoas usuárias de maconha acabam fumando crack e morrem em tiroteios e são grossas com você. O Governo da Bahia me preparou para esse exato momento:

- Ei cara, eu NÃO vou fumar do seu cigarro de maconha, não adianta insistir, pare por favor, está se tornando chato. E eu não preciso de drogas para me sentir descolado, quem eu sou já é o suficiente, não importa se vocês acharem o contrário. Para mim, é muito mais corajoso negar a pressão social e ser meu próprio INDIVÍDUO. - Rui Costa deve estar tão orgulhoso agora.

E então comecei a correr rapidamente para que aqueles maconheiros não corrompessem minha mente com maus hábitos e atividades ilegais. Corri por 15 minutos sem parar enquanto chorava fortemente pensando que os maconheiros estavam na minha cola. Sentei no meio da calçada e comecei a recuperar meu fôlego lentamente. Foi aí que eu percebi, eu estava a apenas 2 esquinas de distância de minha casa.

- Talvez eu deveria correr de medo mais vezes, foi tão rápido. - Eu sussurei tão baixo que nem o mais acurado ouvido de um ácaro conseguiria captar o que foi dito.

E então fui andando o restante do caminho até minha casa. Mas hoje não seria um dia habitual na minha casa. Definitivamente naõ, todo meu autocontrole e determinação haviam trabalhado para alcançar esse único instrumental objetivo...

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